A LITERATURA COMO AGENTE TRANSFORMADOR DO MUNDO

Tanto nas escolas quanto nas editoras e lares de todo país, hoje é ponto pacífico o fato de a literatura ser um direito básico inalienável do ser humano, conforme defende Antonio Candido em seu “O direito à literatura”. Uma das várias razões para tal entendimento se deve ao reconhecimento do potencial de transformação da literatura tanto do interior dos indivíduos quanto do campo exterior, abrangendo comunidades, cidades, países e até o mundo. Isso fica claro na Competência Específica 9 de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental presente na Base Nacional Comum Curricular — BNCC (2018, p. 87), que apregoa que o estudante precisa “envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.”

No campo individual, o contato com a linguagem estética dos textos literários oferece ao leitor novas possibilidades de expressão e de troca com o outro, incentiva o mergulho na experimentação e o convívio com o diferente. O exemplo maior disso é a poesia. Já a apresentação de histórias que promovem a alteridade por meio de outros modos de viver, agir e pensar enriquece o repertório de vivências do leitor, impactando suas decisões e, em escala maior, sua trajetória de vida. Tal fenômeno é visto, por exemplo, na inspiração de carreira vinda da leitura de uma biografia ou a identificação de talentos, situações de abuso e vulnerabilidade ou até mesmo traumas através dos sentimentos de personagens fictícios.

Já na escala do coletivo, é inegável o papel da literatura na transformação do mundo em que vivemos. O que teria sido das grandes navegações e da criação de Estados nacionais se não fossem os poemas épicos? Quantos exploradores e pesquisadores não foram animados pelos apaixonantes romances de aventura? Via de regra, os grandes inventores foram todos ávidos leitores de ficção científica. Nas guerras e em ditaduras, um dos mecanismos de controle do inimigo é justamente a censura e banimento de livros pelo temor do seu poder transformador.

Por isso, nós, da Ediouro Educação, reafirmamos o nosso compromisso de disponibilizar a você, educador, um catálogo rico em termos de gêneros e temas, coerente com os desejos e as necessidades de nossos estudantes e sociedade. Nestas páginas, você encontrará uma ampla diversidade de escritores e ilustradores, garantindo um repertório abrangente de experiências estéticas. A organização foi feita por faixas etárias e anos escolares, mas apenas para facilitar a sua navegação — lembrando sempre que cada criança é única e o professor é o mediador desse processo e deve adequar quaisquer sugestões à realidade de sua escola e turmas. Há ainda textos complementares que o auxiliarão na escolha dos livros que melhor dialoguem com o projeto pedagógico de sua escola e sua proposta de trabalho em sala de aula. Desejamos que suas leituras proporcionem trocas incríveis e ajudem a estreitar laços e abrir mentes.

Conte sempre conosco e bom trabalho!

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